Participação em Antologia

- Mil poemas para Gonçalves Dias - Univ. Federal do Maranhão - http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1a_-_parte_1

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A CAMINHO DA IGUALDADE




Corpo marcado pelas chibatadas
Retrata um passado miserável
Impossível esquecer tanta amargura
Sentida na escuridão dos cativeiros


Alfabetizada pela dor
Educada para invisibilidade
Enfraquecida pela fome
Condenada a exclusão social
 

O holocausto, a humilhação
A condenação por não ter a “cor”
A servidão da escravidão
São as marcas do passado



Sobreviventes das senzalas
Dos navios negreiros
Encabeçam o coro dos descontentes
Clamam por justiça e dignidade


Sem a herança do passado
Adoece a liberdade
Anônimos Zumbis libertários
Rompem a marcha a passos largos
A caminho da igualdade...
 
 Alexander Man-Fu

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Em comemoração ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra – 20 de novembro – Símbolo de Resistência e Força - presto uma singela homenagem, ressaltando a imensurável importância não só do Negro, mas da Raça; cujo resgate da História ajuda na conscientização, construção da identidade e valorização dos laços culturais dos nossos ancestrais e, principalmente, o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial.
 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

DIA NACIONAL DA MULHER NEGRA

                       O hoje, 25 de Julho, comemora-se o Dia Nacional da Mulher Negra. 
           Aprovado pela Lei nº 12.987/2014, foi motivado sob alegação da necessidade do País ter um mito feminino na luta contra a escravidão, além das datas comemorativas já existentes: Abolição da Escravatura (13 de maio) e Zumbi dos Palmares (20 de novembro).  Teve como referência a  senhora Tereza de Benguela, líder quilombola da segunda metade do século XVIII, onde hoje é o Estado do Mato Grosso, que trabalhou e lutou pela liberdade, vida digna e justiça social. 
               Devemos ter um olhar de "avanço" na nossa História, pois nossos vizinhos latino-americanos e caribenhos já comemoram desde 1992. Independente dos dados estatísticos que revelam evidências que mulheres negras são na sua maioria pobres, desempregadas e domésticas, devemos sempre valorizar além da sua beleza, a capacidade de gerenciar, administrar... e, principalmente, o privilégio de ser única e capaz de gerar vida humana. 

                   Parabéns as Mulheres Negras e todas que embelezam e equilibram nosso País e nossas vidas, pois sem vocês, nós Homens, não somos ninguém!

Alexander Man Fu

terça-feira, 17 de junho de 2014

RAZÃO DA MINHA VIDA

Não se esconda atrás dos jardins
Ocultando seus amores.
Consigo ver, sentir,
tudo que sentes por mim.

Falta controle no meu coração
desejando querer pular, te abraçar
e arrancar um lindo sorriso
do seu olhar.


O cupido que passava pelo céu,
nos acertou,
nos brindou
com a supremacia do amor.

O lume das estrelas,
que te ilumina
confirma

você é a razão da minha vida.

Alexander Man Fu

sábado, 24 de maio de 2014

O PODER DA ESCOLHA


Ah, meu querido povo brasileiro
Por que manchas tua bandeira?!
Tu me dizes que não vê encantamento pela tua Pátria
Tua vida se resume a pó, pedra, miséria...
Onde encontrar a poesia do país?

Ousas maldizer a própria terra em que pisas, trabalhas, dorme...
Logo no lugar onde “todos” são iguais?!
Dizem que é utopia, mas eu te respondo: A culpa é tua!

É tua porque não sai das ruas
Mora em palafitas e buracos
“Manchando” a imagem da linda e democrática nação
Insiste em dividir o alimento com os ratos
Acusa o governo por viveres às margens da sociedade
Que sociedade?
Quem és tu para analisar o que é certo ou errado?
Tem o poder das urnas, mas não sabe utilizar!
Mas, as “bolsas” te sustentam...
Prefere seguir o caminho do analfabetismo...
Mesmo dispondo de “tantas” escolas para a sua educação...
Ganhaste o direito à vida
Mas prefere a morte...


Só hoje entendo o porquê.
Tuas lágrimas não comovem mais os meus olhos
Meu coração agora é feito de pedra.
Cansarás de esperar pelo País do futuro
Continuarei no poder sugando cada centavo teu
Na miséria irei te deixar.
E sorrirei para o mundo, culpando-te por todos esses desastres...

A mim, restará o fogo do inferno.

A ti, o reino dos céus...

Alexander Man Fu

segunda-feira, 5 de maio de 2014

SOZINHO NO NINHO


Tão pequena
Tão grande
Tão Silenciosa
Tão vazia 
A área branca
Sinônimo de Paz
A sua voz
Não ouço mais
Nela encontrei 
O meu ninho
Na sua casa
Que falta você faz


Alexander Man Fu

sexta-feira, 2 de maio de 2014

CAMINHO INEVITÁVEL...


Ela segue em passos lentos...
Iguais aos de um dócil velhinho
Que caminha devagarzinho.
Quando a sentimos
Não há novidades
Talvez sofrimentos.
Até Jesus crucificado
Pode conhecê-la.
Amor, Saudade, Morte...
Não sabemos qual será
Mas um dia iremos encontrar.
E com gratidão poderemos dizer:
Obrigado Dor pelos seus ensinamentos.
Foram valiosos para o nosso crescimento...

Alexander Man Fu

domingo, 27 de abril de 2014

SER, Mulher

É nos estertores da dor que nasce uma pequena flor.
A genitora que outrora expressava gemidos de dor, agora chora de alegria.
O mesmo choro confunde-se com a sua dor que agora toma os seus braços, ainda envolvida por sangue.
E para o mundo ela não resiste e diz: - É um pedacinho de mim, sou mãe, sou mulher, é a minha vida!
É uma linda menina que trouxe alegria e dará continuidade à espécie no ciclo da vida.
Amor, prazer, dor e depois a vida.
Como a vida é majestosa...
Mulher é SER, exuberante, transbordamento de vida e de amor.
Amar, sorrir, chorar...
De pequena flor, se transformou em uma linda mulher.
                                                    Alexander Man Fu.'.

sábado, 26 de abril de 2014

ENCONTRANDO O SEU "PARAÍSO"

Percebo que agir de forma desagradável com os outros passou a ser uma ação natural, cuja alegação é o estresse. Pois, nossos comportamentos cada vez mais vão deixando o mundo estressante. O peso na “Alma” afeta profundamente as pessoas que o carrega.
Os antigos egípcios acreditavam que, durante a longa viagem que os mortos fariam até chegar ao seu destino, seriam obrigados a passar por um ritual denominado Pesagem da Alma. Nessa cerimônia, presidida pelo Deus Osíris, o morto faria sua defesa e, como todos, sempre afirmava inocência dos seus pecados. Logo após, era submetido a uma prova: seu coração, considerado a sede da consciência, era colocado sobre uma balança. Se pesasse mais que uma pena de avestruz, a condenação do morto poderia ser: diversos castigos ou, até, ser devorado por monstros. As Almas leves, com sua consciência em paz, tinham a chance de seguir seu caminho e, eventualmente, chegar ao paraíso.
Se pudesse ser realizada a pesagem da Alma hoje, o embarque para seguir viagem seria de poucas pessoas. Independente dos pecados individuais, vivenciamos uma rotina diária desgastante, mercado de trabalho competitivo, problemas financeiros, relações interpessoais conflituosas... que vão deixando o espírito e a alma cinzenta – pesada.
A possibilidade de escaparmos dos monstros, ainda que não assegure chegarmos ao paraíso, será desprender-se das tristezas, das angustias, das inseguranças, das dores que atingem nossas almas.
Logo, acredito que caberá a cada um de nós sermos capazes de transformar este mundo um lugar menos complicado, estressante, que seja possível haver um convívio mais cordial, menos impaciente e que possamos aprender a nos respeitar, nos amar, nos conhecer enfim, um “Paraíso” onde todos estejam em paz e, principalmente, em paz com nós mesmos.


                                                                                 
                                                                                    Alexander Man Fu.'.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Imagina se fosse você: Alienação Parental

Diante dos acontecimentos vinculados à morte de crianças por Pais, Mães, Madrastas etc... e às vésperas de “comemorarmos” o dia Internacional da Conscientização sobre a Alienação Parental – 25 Abril - despertou-me a curiosidade de procurar algo que possam apontar possíveis indicadores.
Após algumas pesquisas, encontrei a Lei nº 12.318/2010, que disciplina a figura da Alienação Parental.
Longe das vistas de titular-me profundo conhecedor, fato exercido pelos operadores do Direito, tentarei explicar:  
A proteção da dignidade da pessoa humana do menor não pode sofrer manipulação de maneira a prejudicar o exercício do seu direito convivencial com os seus demais familiares.
Na prática configura-se quando um dos genitores detentor da guarda age influências sobre o menor para afastá-lo do convívio do outro genitor, lastreando em sentimentos de ódio, vingança, frustrações, privações, distanciamentos... ocasionando uma relação amorosa estéril.
Cabe salientar que não se limita a tão somente este caso, uma vez que qualquer parente também pode ser alienador do menor, de modo afastá-lo do convívio de outro parente ou até mesmo diante do exercício da tutela e curatela.
É, portanto, o afastamento, físico e relacional, cotidiano, de um dos pais ou daqueles que exerçam autoridade, guarda ou vigilância do menor.
No Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 10, contempla com mecanismo de punição para inibir os efeitos da alienação parental, com a inversão da guarda, multa e até a suspensão da autoridade parental.
Apesar de ainda serem escassas doutrinas sobre o tema, encontramos alguns tribunais manifestando a necessidade de proteção ao vitimado.
O Psiquiatra norte americano, descobridor da Síndrome da Alienação Parental, Richard A. Gardner define como:

[...] é um distúrbio da infância que aparece quase que exclusivamente no contexto de disputas de custódia de criança. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, doutrinação) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável.

Em geral, as conseqüências para a criança indicam sintomas como depressão, incapacidade de adaptação aos ambientes sociais, transtornos de identidade e de imagem, desespero, tendências ao isolamento, comportamento hostil, falta de organização e, alguma das vezes, abuso de drogas, álcool e suicídio. Na fase adulta incluirá sentimentos incontroláveis de culpa, por se achar culpada de uma injustiça para o genitor alienado.
O tema é extremamente complexo, maligno e requer uma abordagem mais aprofundada.
Por fim, entendo que tais colocações permeiam no campo da ética, respeitando as divergentes opiniões, mas tudo leva a crer que essa problemática é insolúvel e está realçada com o novo desdobramento da ruptura familiar, ocasionando um letal poder lesivo físico e psíquico.

Lembre-se que, enquanto não houver caráter pedagógico que garanta os interesses da Criança e a sua integridade psicológica, impedirá a efetivação dos laços afetivos com os familiares.


                                                                                     Alexander Man Fu.'.

segunda-feira, 24 de março de 2014

A ARTE DO SILÊNCIO




                   Certa vez, um homem tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso. Algum tempo depois, descobriram que era inocente. 
              O rapaz foi solto e, após muito sofrimento e humilhação, processou o vizinho. No tribunal, o vizinho disse ao juiz: - Meritíssimo, comentários não causam tanto mal...  
               E o juiz respondeu: - Escreva os comentários que você fez sobre o rapaz, num papel. Depois pique o papel e jogue os pedaços ao longo do caminho de casa. Amanhã, volte para ouvir a sentença.  
                  O vizinho obedeceu e voltou no dia seguinte, quando o juiz disse: - Antes da sentença, você terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem. - Não posso fazer isso, Meritíssimo. Respondeu o homem. O vento deve tê-los espalhado por tudo quanto é lugar e já não saberei onde estão.   
                   Então o juiz completou: - Da mesma maneira, um simples comentário que pode destruir a honra de um homem, espalha-se à ponto de não podermos mais consertar o mal causado.  

   "SE NÃO SE PODE FALAR BEM DE UMA PESSOA, É MELHOR QUE NÃO SE DIGA NADA".   "SEJAMOS SENHORES DE NOSSA LÍNGUA, PARA NÃO SERMOS ESCRAVOS DE NOSSAS PALAVRAS". "NUNCA SE ESQUEÇA: QUEM AMA NÃO VÊ DEFEITOS. QUEM ODEIA NÃO VÊ QUALIDADES. E QUEM É AMIGO, VÊ AS DUAS COISAS".


quinta-feira, 20 de março de 2014

OPRESSÃO


Para nossa sociedade
Em cidades e estados
Em escolas e estradas
Somos apenas passantes
Insignificantes, incessantes.

A nossa cidade é fruto
De intermináveis folhas secas
Imbatíveis ovelhas negras
E de uma insólita multidão
Somos parte dessa farsa
Importantes vítimas dessa desgraça.

Estamos debaixo dos palcos
Onde dar saltos é incontrolável
Nos intervalos, carros são roubados
O corpo indesejável é trocado
Fazemos parte de um mundo invariável.

Fora de grupos, gangs, galeras
Inseguros, com medo das badernas
Intitulados por juventude
Por liberdade inquieta, vigiada
Somos o imprevisto invisível aos olhos
Somos o inverno dentro do inferno.

Estamos debaixo do pudor
Impotente e inferior
Trazemos uma pontinha de dor
Apenas temos palavras de amor, sem cor
Sem se impor, nem expor.



Estamos acima dos estatutos
Somos as notas que batem ás portas
Infelizmente... não despertamos interesse de ninguém
Somos um rico indivíduo “Sr. Quem?”
SER inocente e jocoso
Pelo visto, poucos irão saber

A grandeza ser um IDOSO.

Alexander Man Fu

Texto publicado no Portal AVSPE,  20/03/2014:  http://www.avspe.org/index.php?pg=mtexto&idt=18343&ttt=Opress%E3o

sexta-feira, 14 de março de 2014

Ciúme



O tom vermelho toma a paisagem
Tudo a minha volta escurece
As horas passam
O sangue ferve

Coração acelerado
Não sei onde você está
Ciúme exacerbado
Você demora a chegar


O ódio cresce
As lágrimas insistem em escorrer
A solidão me invade
Não aguento mais sofrer

Olho para o relógio
Você ainda não chegou
Não controlo mais o meu ódio
O ciúme que sinto me matou


Alexander Man Fu

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Moinho da vida

Todos nós esperamos que bons ventos soprem diante de tantas barbáries que assolam nosso dia-a-dia... Devemos saber a hora de colhermos grãos de “dignidade”, que não florescem do solo seco e sem vida de um campo castigado, que só é irrigado pela água da “vaidade”, pela chuva ácida  do “ego” e destruído pelo espaço ocupado pelas ervas daninhas da “ira”, da “idolatria a si mesmo”; esse solo seco e sem vida continua sendo castigado por ventos de “desesperança”!
Continuemos a nossa honrosa labuta no moinho, moendo os grãos viçosos da “Liberdade”, os saborosos grãos da “Igualdade” e desfrutaremos do mais delicioso banquete da “Fraternidade”; tendo como sobremesa doces de “Esperança”!
Acreditemos que bons ventos chegarão e moverão as engrenagens deste imenso moinho da vida...