Participação em Antologia

- Mil poemas para Gonçalves Dias - Univ. Federal do Maranhão - http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1a_-_parte_1

segunda-feira, 24 de março de 2014

A ARTE DO SILÊNCIO




                   Certa vez, um homem tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso. Algum tempo depois, descobriram que era inocente. 
              O rapaz foi solto e, após muito sofrimento e humilhação, processou o vizinho. No tribunal, o vizinho disse ao juiz: - Meritíssimo, comentários não causam tanto mal...  
               E o juiz respondeu: - Escreva os comentários que você fez sobre o rapaz, num papel. Depois pique o papel e jogue os pedaços ao longo do caminho de casa. Amanhã, volte para ouvir a sentença.  
                  O vizinho obedeceu e voltou no dia seguinte, quando o juiz disse: - Antes da sentença, você terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem. - Não posso fazer isso, Meritíssimo. Respondeu o homem. O vento deve tê-los espalhado por tudo quanto é lugar e já não saberei onde estão.   
                   Então o juiz completou: - Da mesma maneira, um simples comentário que pode destruir a honra de um homem, espalha-se à ponto de não podermos mais consertar o mal causado.  

   "SE NÃO SE PODE FALAR BEM DE UMA PESSOA, É MELHOR QUE NÃO SE DIGA NADA".   "SEJAMOS SENHORES DE NOSSA LÍNGUA, PARA NÃO SERMOS ESCRAVOS DE NOSSAS PALAVRAS". "NUNCA SE ESQUEÇA: QUEM AMA NÃO VÊ DEFEITOS. QUEM ODEIA NÃO VÊ QUALIDADES. E QUEM É AMIGO, VÊ AS DUAS COISAS".


quinta-feira, 20 de março de 2014

OPRESSÃO


Para nossa sociedade
Em cidades e estados
Em escolas e estradas
Somos apenas passantes
Insignificantes, incessantes.

A nossa cidade é fruto
De intermináveis folhas secas
Imbatíveis ovelhas negras
E de uma insólita multidão
Somos parte dessa farsa
Importantes vítimas dessa desgraça.

Estamos debaixo dos palcos
Onde dar saltos é incontrolável
Nos intervalos, carros são roubados
O corpo indesejável é trocado
Fazemos parte de um mundo invariável.

Fora de grupos, gangs, galeras
Inseguros, com medo das badernas
Intitulados por juventude
Por liberdade inquieta, vigiada
Somos o imprevisto invisível aos olhos
Somos o inverno dentro do inferno.

Estamos debaixo do pudor
Impotente e inferior
Trazemos uma pontinha de dor
Apenas temos palavras de amor, sem cor
Sem se impor, nem expor.



Estamos acima dos estatutos
Somos as notas que batem ás portas
Infelizmente... não despertamos interesse de ninguém
Somos um rico indivíduo “Sr. Quem?”
SER inocente e jocoso
Pelo visto, poucos irão saber

A grandeza ser um IDOSO.

Alexander Man Fu

Texto publicado no Portal AVSPE,  20/03/2014:  http://www.avspe.org/index.php?pg=mtexto&idt=18343&ttt=Opress%E3o

sexta-feira, 14 de março de 2014

Ciúme



O tom vermelho toma a paisagem
Tudo a minha volta escurece
As horas passam
O sangue ferve

Coração acelerado
Não sei onde você está
Ciúme exacerbado
Você demora a chegar


O ódio cresce
As lágrimas insistem em escorrer
A solidão me invade
Não aguento mais sofrer

Olho para o relógio
Você ainda não chegou
Não controlo mais o meu ódio
O ciúme que sinto me matou


Alexander Man Fu