Participação em Antologia

- Mil poemas para Gonçalves Dias - Univ. Federal do Maranhão - http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1a_-_parte_1

sábado, 20 de outubro de 2012

Uma linda festa democrática

Como todos os brasileiros, no último domingo, acordei bem cedo com o espírito renovado e pronto para exercer o meu direito como cidadão. O relógio indicava 10 horas e 33 minutos e os termômetros marcavam seus 30° Celsius.
            Ao pegar a via observei um intenso tráfego de pessoas e automóveis que pareciam estar “alucinados”... Tudo levava-me a crer que era para exercer a cidadania e fortalecer a Democracia. Aliás, Democracia é uma palavra de origem grega, cujo significado é governo do povo. Entretanto, no sistema moderno, o povo não governa – o que representaria uma democracia direta – os atos de governo são exercidos por membros escolhidos pelo povo, ditos “politicamente constituídos”.
         Na calçada deparei-me como várias situações: jovens, muitos idosos - estes sem a real necessidade de votar - cadeirantes, deficientes físicos... todos felizes, contando com a solidariedade do povo, dirigindo-se para as suas respectivas zonas eleitorais.
   Que cena magnífica!
        Mas, nem tudo é magnífico. Diante de tanta aglomeração, o chão era tomado pelos panfletos distribuídos por “cidadãos” que aceitavam distribuí-los em troca de algum “benefício”. - Longe de mim aqui julgar a atitude de alguém! A bem da verdade é que mais adiante presenciei pessoas correndo e aclamando por socorro. Naquele momento tinha ocorrido um atropelamento, cuja vitima era, justamente, àquela que a poucos minutos atrás aceitava distribuir santinhos e trocar o seu voto por “benefício”. Diante do olhar de todos os presentes ela agonizava e o povo tentava ao seu redor diminuir a intensidade dos raios solares. O mesmo que ofereceu-lhe o “trabalho” em troca de voto, aproximou e indagou-a se havia votado. Mesmo agonizando, ela disse-lhe que não. Logo após, ela suspirou pela ultima vez e entrou em estado de óbito sobre o solo que fervia. O homem, sem modéstia, recolheu o “beneficio” de seu bolso e seguiu ao “recrutamento” de um novo “trabalhador”.
           Até aquele momento, eu não havia chegado à minha zona eleitoral. Decidi, mesmo anestesiado com todos os ocorridos, pegar o meu carro e com a mesma motivação cumprir o meu objetivo: exercer a minha cidadania.
        Ao trafegar pela orla tive uma nova e grande surpresa: toda a sua extensão estava tomada por milhares de pessoas que buscavam bronzear seus corpos, bebiam e praticavam esportes... naquele momento, um nó tomava conta da minha mente.
         Então, para reorganizá-la optei em estacionar o carro. Cheguei ao quiosque e, diante de tanto calor, saboreei uma doce e saudável água de coco que alimentou o meu corpo e acalmou o meu espírito; quando pude refletir sobre os fatos ocorridos, fazendo algumas indagações: - Àquelas pessoas “alucinadas” estavam querendo exercer que tipo de cidadania? - Acordar cedo, “atropelar” as pessoas para chegar à sua zona eleitoral ou ser rápida para demarcar a sua zona na imensa extensão de areia da praia? – Ter a oportunidade, diante das dificuldades do dia-a-dia, de abrir mão do seu voto em troca de uma “ajudinha” e melhorar o seu orçamento?
       De qualquer maneira, existirão várias indagações, interpretações, questionamentos, justificativas... Devemos agradecer aos Atenienses (Gregos) pelo surgimento da Democracia nos ditos da antiguidade que reúne princípios e práticas que protegem a liberdade do ser humano contra a tirania. Nela encontramos algumas características: igualdade perante a lei sem distinção de sexo, raça ou credo; educação; direito ao livre exercício de qualquer trabalho ou profissão; ao laser; ao voto... aliás, no Brasil, é facultado para os analfabetos, os maiores de 70 anos, os que tenham entre 16 e 18 anos e obrigatório para os maiores de 18 anos.
        Por derradeiro, precisamos fomentar a chamada “consciência política” em todos os cidadãos, não só no dia da eleição ou na época da campanha eleitoral, pois ela fundamenta o princípio básico do funcionamento da democracia moderna dando direito de participarem dos assuntos de interesse coletivo a partir do voto escolhendo o seu representante.
       Graças a Deus e a Democracia consegui chegar a minha zona eleitoral e, motivado, exercer o direito como cidadão.
        Todos nós tivemos a oportunidade de escolher a melhor opção no último domingo: votar, curtir a praia, abster-se...
       Os votos já foram apurados, os resultados já são conhecidos e cada um de nós eleitor colhera os frutos dessa linda festa democrática durante os próximos quatro anos.
         Viva a DEMOCRACIA!!!!!!

Alexander Man Fu